16 de dezembro de 1992
Sexta feira
Sara parou o carro diante da entrada principal; abriu o porta-luvas, apanhou o controle remoto e acionou-o. O gigantesco portão abriu-se num rugido feroz. Acelerou fundo e começou a subir a alameda coroada pelas Gardenias. Elas ainda exibiam flores frescas àquela época do ano como num recém-desabrochar. Mas o perfume, de tão sutil, parecia precipitar a despedir-se da estação.
Ao concluir uma curva, pôde avistar a mansão, linda, majestosa, tão bela lhe pareceu como da primeira vez, anos antes, desde que viera a trabalhar pra os Burdons.
Consultou o relógio do painel: 21:15h – Espero que ainda esteja acordada – pensou sorridente – ficará animada quando lhe contar sobre a festa.
Havia um estranho luar no céu que deixava a noite prateada.
- Uma linda noite para um M.P.C.I ! – disse em voz alta e sorriu ao lembrar-se daquela tarde.
Ela contornou a casa pela lateral direita e estacionou diante da entrada de serviços. Entrou pela cozinha, passou pela sala de jantar e ganhou a área social. A casa toda estava em semi-escuridão e um denso silêncio habitava no ar. Achou um tanto estranho nenhuma movimentação àquela hora da noite, porém, reagiu com indiferença. Talvez os Burdons tivessem ido a um daqueles jantares de negócios e os criados, certamente, recolheram-se mais cedo para seus aposentos.
Tomou o rumo da escada ao constatar que o elevador não estava no térreo. Já havia tocado os primeiros degraus quando ouviu o barulho de um motor arrancando. Mudou instantaneamente o rumo dos seus passos e pôs-se a atravessar a imensa sala de estar. Desviava-se da mobília com rapidez. Alcançou os janelões que davam para frente do terreno. Afastou as cortinas e olhou através da vidraça. A noite clara, e as fortes iluminações da alameda, possibilitaram-lhe reconhecer o luxuoso carro esporte que se distanciava a toda velocidade.
Um forte pressentimento invadiu-lhe a alma no mesmo instante!
Agora sabia que algo estranho estava acontecendo e ela tinha urgência em descobrir. Retomou a escada a passos largos e no instante seguinte, estava correndo. Todo o trajeto lhe pareceu uma eternidade; chegou diante da porta ofegante. Parou a fim de vasculhar a bolsa em busca da chave, e quando a encontrou, descobriu aterrorizada que a porta já estava aberta. Com mãos trêmulas, tocou a maçaneta gelada. Girou-a. Foi abrindo devagar com o mesmo cuidado de quem não quer acordar uma criança. O quarto, completamente escuro, não lhe possibilitava visionar as imagens. Sara passou a mão espalmada pela parede à procura do interruptor. Deu um leve toque, apenas. O som agudo e ensurdecedor, fê-la levar instintivamente as mãos aos ouvidos.
O terrível som!
O som do seu próprio grito.
Sexta feira
Sara parou o carro diante da entrada principal; abriu o porta-luvas, apanhou o controle remoto e acionou-o. O gigantesco portão abriu-se num rugido feroz. Acelerou fundo e começou a subir a alameda coroada pelas Gardenias. Elas ainda exibiam flores frescas àquela época do ano como num recém-desabrochar. Mas o perfume, de tão sutil, parecia precipitar a despedir-se da estação.
Ao concluir uma curva, pôde avistar a mansão, linda, majestosa, tão bela lhe pareceu como da primeira vez, anos antes, desde que viera a trabalhar pra os Burdons.
Consultou o relógio do painel: 21:15h – Espero que ainda esteja acordada – pensou sorridente – ficará animada quando lhe contar sobre a festa.
Havia um estranho luar no céu que deixava a noite prateada.
- Uma linda noite para um M.P.C.I ! – disse em voz alta e sorriu ao lembrar-se daquela tarde.
Ela contornou a casa pela lateral direita e estacionou diante da entrada de serviços. Entrou pela cozinha, passou pela sala de jantar e ganhou a área social. A casa toda estava em semi-escuridão e um denso silêncio habitava no ar. Achou um tanto estranho nenhuma movimentação àquela hora da noite, porém, reagiu com indiferença. Talvez os Burdons tivessem ido a um daqueles jantares de negócios e os criados, certamente, recolheram-se mais cedo para seus aposentos.
Tomou o rumo da escada ao constatar que o elevador não estava no térreo. Já havia tocado os primeiros degraus quando ouviu o barulho de um motor arrancando. Mudou instantaneamente o rumo dos seus passos e pôs-se a atravessar a imensa sala de estar. Desviava-se da mobília com rapidez. Alcançou os janelões que davam para frente do terreno. Afastou as cortinas e olhou através da vidraça. A noite clara, e as fortes iluminações da alameda, possibilitaram-lhe reconhecer o luxuoso carro esporte que se distanciava a toda velocidade.
Um forte pressentimento invadiu-lhe a alma no mesmo instante!
Agora sabia que algo estranho estava acontecendo e ela tinha urgência em descobrir. Retomou a escada a passos largos e no instante seguinte, estava correndo. Todo o trajeto lhe pareceu uma eternidade; chegou diante da porta ofegante. Parou a fim de vasculhar a bolsa em busca da chave, e quando a encontrou, descobriu aterrorizada que a porta já estava aberta. Com mãos trêmulas, tocou a maçaneta gelada. Girou-a. Foi abrindo devagar com o mesmo cuidado de quem não quer acordar uma criança. O quarto, completamente escuro, não lhe possibilitava visionar as imagens. Sara passou a mão espalmada pela parede à procura do interruptor. Deu um leve toque, apenas. O som agudo e ensurdecedor, fê-la levar instintivamente as mãos aos ouvidos.
O terrível som!
O som do seu próprio grito.
História cativante, mexe com a curiosidade, quero ler o resto, não seja maldosa, não nos deixe sem ler o final, terei urticária...rs
ResponderExcluirBem vinda, belo começo, boa sorte!
Beijos
Fátima
Muito bom! gosto muito de suspense, fico na expectativa do proximo capítulo. abs
ResponderExcluirnice blog; bravo
ResponderExcluirOlá!
ResponderExcluirObrigado pela visita, depois com mais calma estarei voltando e lendo seus escritos.
Bjs
Mila Lopes
Oiee, acaba de ganhar uma fã e com certeza uma leitora assidua, obrigada pelas palavras de carinho em meu cantinho romântico e seja sempre muito bem vinda.
ResponderExcluirBeijos em seu coração.
Olá flor!
ResponderExcluirObrigada por tua visita no meu cantinho!!! estou te seguindo e como não poderia estar, preciso saber o que ela viu??? o que viu??? pq gritou???? uiiii
* desculpe minha ignorância, mas o que é M.P.C.I?
beijo grande, adorei!
Olá Bia, senti o bater de um coração, vim andando,andando e cheguei até aqui,agora é o meu que está batendo mais acelarado, querendo aqui voltar novamento,
ResponderExcluire eu vou-lhe fazer a vontade porque gostei do que vi.
deixo um bato do meu coração, e o meus carinho.
José.
Bia, queridíssima amiga do coração!!!
ResponderExcluirO blog ficou belíssimo, melhor impossível!
Só em vê-lo já "senti" todo o mistério deste romance que toca na alma da gente (não se preocupe, amiga, não vou contar a ninguém que já o li inteirinho de cabo à rabo [rssss]. E o final estou guardando à 7 chaves).
Vou lê-lo novamente e saborear até a última letra... Aqui, com o clima deste blog, deve ser ainda mais gostoso!
Bjo enorrrrrme e sucesso, sucesso, sucesso!!!
Vc merece.
Que Deus a abençoe.
Bia querida, fazer o que? Vamos aguardar o próximo capítulo.
ResponderExcluirBia, vou aguardar também sua próxima visita, gostei demais de conhecer seu Blog.
Apareça e ganhe um beijo do novo amigo, ZC
bia,
ResponderExcluirno meio de uma correria imensa venho retribuir a visita e aprender um bocado por aqui.
assim que me organizare, voltarei ao blog para esmiuçar direitinho, tintim por tintim.
abraço grande, admiração do
roberto.
Biamiga
ResponderExcluirJá tinha lido quando passei por aqui na primeira vez. Voltei a lê-lo, que bem merece. Isto de folhetinar uma estória dá cabo de um sujeito, que quer conhecer logo tudo o resto.
E sei bem disso. Tenho entre mãos duas «coisas» para publicar, depois do meu «Morte na Picada». Já comecei uma há um ror de tempo e penso recomeçá-la em breve. E também a vinha publicando na Minha Travessa no regime de... continua em...
O outro que agora iniciei seguirá a mesma sina e fado igual. Por isso, boa sorte e êxitos. A Suelli éke goza com a situação. É bué de má - pois não me visita...
Uma última nota. O grafismo é extraordinário!!! E olha que dei jornalismo gráfico (entre outras cadeiras) em duas universidades...
Qjs = queijinhos = beijinhos
que suspense fiquei com o coração acelerado, continue por favor.. adoreei..
ResponderExcluirvocê ganhou uma leitora e seguidora assídua...
beijos
Realmente a história nos prende e muito.
ResponderExcluirDeixando esta dúvida no ar...
O que será que Sara vislumbrou?
Esperemos...
Beijos!
Oi Bia! Surpresa boa o que encontrei por aqui.Vim agradecer a visita e encontrei um blog maravilhoso. Adoro ler e no momento to lendo o romance comer,rezar,amar de Elizabeth Gilbert. Mas já estou muito curiosa pra ver o que me aguarda nos próximos capítulos, chegarei rapido ao capítulo XV, me conheço!!!
ResponderExcluirbjusss