quinta-feira

Capítulo XII

"É Preciso Ver os Anjos"





13 de dezembro de 1992
Terça feira

Sara chegou em casa por volta das 8:45 da noite. Leo estava na cozinha terminando o jantar.

-  Adoro homens de avental e gravata na cozinha – disse-lhe ela beijando-o.
-  Não ia chegar mais tarde hoje? – perguntou ele.
-  Liguei para o Plínio e cancelei nosso encontro para hoje. Estava muito cansada.
-  O que ele quer, afinal?
-  Faltam alguns detalhes para inauguração da clínica e quer minha opinião.
-  Inauguração? – perguntou Leo – Mas já está cheia de pacientes...
-  Sim, mas está perto do Natal e ele faz questão da inauguração formal. Pretende homenagear D. Emília – informou ela – Estamos contando com tua presença, afinal você também faz parte desse projeto, literalmente.
-  Receio que não seja possível, meu bem. Estou partindo amanhã para o Rio. Vou fazer um curso de nova arquitetura européia, Patric me convidou. Mas prometo voltar para o Natal. Espero que não fique chateada.
-  De jeito nenhum! Sua carreira em primeiro lugar.
-  Vai sentir saudade?
-  Muita. Mas prometo me manter viva até sua volta – disse ela em tom de brincadeira – Nicole está em casa?
-  Está no quarto.
-  Vou falar com ela.

Sara bateu na porta do quarto da filha, esperou que ela respondesse e depois entrou. Estava com uma folha de papel nas mãos:                

-  Preparei uma lista de alguns lugares que Dora costuma frequentar – disse Sara – Assim, será mais fácil abordá-la. Só lhe peço que seja cautelosa.
-  Você agiu com sigilo? É importante que ela pense que ninguém sabe onde está, e nem que está sendo trabalhada. Para não se sentir pressionada. Quando estiver em nosso poder, comunicaremos a família.
-  Eu colhi essas informações com os empregados, mas não lhes revelei nada – assegurou-lhe Sara.
-  Ótimo! – exclamou Nicole – Se eu conseguir, vamos ganha-la.
-  Vai se empenhar ao máximo, não vai?
-  Farei tudo que estiver ao meu alcance – prometeu a filha – Sei o quanto a recuperação dela é importante para você.
-  Não sei por que, mas é muito importante mesmo. Talvez seja, porque tenho filhas maravilhosas e não queira ter nenhum sentimento de culpa em relação isso.
-  Pois eu tenho uma mãe maravilhosa e não tenho nenhum sentimento de culpa – afirmou Nicole – Pois sei, que de uma maneira ou de outra, estou fazendo a minha parte. E você também está fazendo a sua.
-  Espero que sim, querida.

No dia seguinte pela manhã, Sara despediu-se calorosamente do marido que partia para o Rio. Depois Ligou para D. Emília e informou-a que só chegaria mais tarde, pois tinha assuntos da clínica a tratar com Plínio. Sheila lhe serviria o café da manhã, como era de costume na sua ausência.

Na clínica, Plinio parecia ansioso em falar-lhe:

-  Por que não veio ontem? – perguntou ele.
-  Não estava me sentindo muito bem... Preferi ir logo para casa.
-  Está doente?
-  Não, é só cansaço. Ando sonolenta, desconcentrada... Bem, mas o que queria de tão urgente comigo?
-  É o nome da clínica – disse ele – Não conseguimos chegar a uma conclusão e não temos mais tempo para decidir. Estive pensando em colocar o nome de D. Emília, acha que ela iria gostar?
-  Acho que não – respondeu Sara – Ela gosta do anonimato.
-  Então que nome daremos?

Sara pensou por um momento. Depois, abriu num sorriso:

-  Anjos no céu! – exclamou de repente – Esse é o nome que daremos à clínica!
-  Que idéia, Sara!... Nunca vi um nome mais esquisito para uma clínica de saúde...
-  Quer homenageá-la, não quer?
-  Sim, quero, mas...
-  Então, esse é o nome.
-  Não consigo entender...
-  Mas ela entenderá.

Plinio deu de ombros:

-  Tudo bem, você é quem sabe, conhece-a melhor do que eu. Vou mandar fazer a placa de bronze. Terão de correr, pois a festa será no sábado. Temo que não dê tempo de aprontar tudo.
-  Posso lhe dar alguma ajuda na sexta à noite após meu expediente – ofereceu-se ela – Leo viajou para o Rio, assim não me sentirei tão sozinha em casa, o que acha?
-  Não sou nem loco em recusar.
-  Quando devo contar a ela sobre a festa? – perguntou Sara
-  Quando estiver tudo pronto. Mas não fale da homenagem dos pacientes, estragaria nossa surpresa.
-  Não vou falar. Não perderia por nada esse momento.

Plínio acompanhou Sara até o estacionamento. Quando ela sentou-se ao volante, ele debruçou-se na janela do carro.
-  Reencontrei-me com minha família ontem – disse-lhe ele.
-  Mas que boa notícia! – exclamou ela radiante – Não imagina como isso me deixa feliz...
-  Eu sei. Tenho tentado localizá-los há algum tempo e finalmente... 
-  E como eles estão?
-  Bem. Iraceles, minha irmã caçula, vai ser mãe pela terceira vez. Imagine só, ela era quase um bebê quando eu... Minha mãe não mudou quase nada, continua chorona...

Ele deu um sorriso tímido.
      
-  E seu pai? – arriscou Sara.
-  Ele não bebe mais, está muito velho.

Plinio sabia que ela se referia ao reencontro dos dois.
                  
-  ... Não foi fácil – disse ele – De início não saiu do quarto, mas eu sabia que estava lá. Quase dava para ouvir sua respiração da cozinha, onde estávamos todos reunidos. Ele devia estar ouvindo nossa conversa, pois quando comecei a me despedir, apontou na porta.
-  E então?
-  Então ele me disse: “Vai sumir por mais vinte e cinco anos antes que possa perdoar o seu velho pai?”
-  E você?

Ele enxugou os olhos com as costas das mãos antes de continuar.

-  Não me recordo direito, só sei que quando dei por mim, estávamos um nos braços do outro chorando feito crianças... Minha mãe se juntou a nos, depois meus irmãos...
-  O amor venceu mais uma vez – disse Sara
-  Eu os convidei para inauguração da clínica – disse ele – Talvez possam se orgulhar de mim quando virem o trabalho que venho realizando aqui.
-  Eles se orgulhariam de qualquer maneira se tivessem tido uma chance de conhecê-lo.

Plinio segurou a mão dela entre as dele:

-  Ainda não lhe agradeci – disse ele.
-  Pelo o que?
-  Por abrir a caixa de fósforos para mim.
-  Foi você quem abriu.
-  Sem sua ajuda eu nunca conseguiria.
-  Há uma caixa ainda maior a ser aberta. Bem mais fechada do que a sua caixinha de fósforo, tão frágil.
-  De qual caixa está falando?
-  A do preconceito.

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Sara atrasou-se no trânsito, mas chegou à mansão a tempo de servir o almoço de D. Emília. Passou pela copa para apanhar a bandeja e seguiu a caminho do elevador. Antes mesmo de saltar, viu a porta do sótão entreaberta. O som de vozes lá dentro a fez parar: era a voz de Dr. Rômulo. Cuidadosamente escondeu-se no banheiro ao lado, mas manteve a porta aberta para poder ouvir a discussão:

-  “Essa história já foi longe demais!” – gritava ele – “ Não posso mais tolerar seus atos desequilibrados sem fazer nada!”
-  “Seja o que for que fizer, não vai mudar minha decisão”- retrucou D. Emília, parecia tranquila.
-  “Vou interditá-la judicialmente” – disse ele – “Provarei sua insanidade mental antes mesmo que pisque três vezes!”
-  “Não é capaz de entender a natureza dos meus atos agora, mas dê tempo ao tempo... Só lhe peço alguns dias, meu filho...”
-  “Cale-se!” – berrou ele – “Nunca mais me chame de filho!”

Sara estava apavorada. Sentia-se responsável pelo bem estar de D. Emília, mas intrometer-se a essa altura, poderia ser muito perigoso. Eram mãe e filho enfrentando-se, cara a cara pela primeira vez desde que ela chegara.  Sabia que tudo poderia piorar ainda mais entre eles, mas o contrário também era verdadeiro. Talvez fosse necessário esse ajuste de contas a fim de entrarem num entendimento. Ela resolveu esperar para descobrir.

-  “Eu sei exatamente como se sente” – disse D. Emília – “Mas não podemos mudar o passado... Podemos sim mudar o presente. É melhor do que nada”
-  “Do que está falando agora? Está completamente louca! Devia estar internada”
-  “Nunca estive tão lúcida em toda minha vida”
-  “Não vai me derrubar, se é o que está pretendendo. Não tão fácil assim!”  “Não fará comigo o que fez com meu pai ”  “E pensar que por todos esse anos que evitei sua morte, cavei minha própria sepultura”
-  “Vou desconsiderar o que acaba de dizer, está fora de si” – disse D. Emília – “Será que você não entende?... Só poderá ser feliz se decidir enterrar o passado para sempre...”
-  “Não enquanto eu ainda puder vê-la!”

Dizendo isso, ele deixou o quarto. Ao entrar, Sara deparou-se com D. Emília penteando os cabelos. Cantarolava baixinho uma canção e tinha um estranho sorriso nos lábios.

-  Ainda bem que chegou com meu almoço. Estou faminta – disse ela.
-  Vi seu filho sair daqui... Ouvi vozes... Estiveram discutindo?
-  O mesmo de sempre – disse simplesmente.
-  Quer falar a respeito?
-  Não. Quero descer logo e aproveitar o dia. O que faremos hoje?

Era óbvio que alguma coisa grave estava acontecendo, mas D. Emília não contaria, a menos que Sara a pressionasse.

-  Como consegue? – perguntou Sara.

D. Emília fitou-a como quem não entendeu a pergunta.

-  ...Como consegue pensar em diversão depois de tudo que ouviu de seu filho?
-  Como sabe o que ele me disse? Por acaso estava ouvindo atrás da porta?
-  Não!... Bem, sim... Quero dizer, ouvi o final da discussão, a porta estava aberta... Não tive a intenção de...
-  Ora, pare de se justificar, Sara... Você não ouviu nada do que já não sabia.
-  Eu ouvi ele lhe fazer ameaças – disse – E ameaças sérias!
-  Não leve isso tão a sério. Ele não sabia o que estava dizendo.
-  Porque não facilita as coisas para ele? Prometeu-me que...
-  Eu prometi e cumpri – cortou-a – Só que ele ainda não sabe.
-  Deus do céu! – exclamou indignada – Porque não disse isso a ele?
-  Ainda não é o momento.

Sara soltou um suspiro de decepção:

-  Eu desisto! Eu juro que tento, mas às vezes, não consigo entender a senhora!
-  Está equivocada, Sara. Nunca ninguém me entendeu tão bem quanto você – disse ela com seriedade – Me ensinou coisas... Coisas realmente valiosas. Pela primeira vez em toda minha vida estou fazendo o que é certo. E eu aprendi com você.
-  Não posso compreender...
-  Eu é que não posso compreender – disse D. Emília – Convivemos lado a lado nesses últimos anos e não consegui fazer com que confie em mim.

Sara sentiu uma ponta de remorso.

-  Eu sinto muito – desculpou-se – Não vou mais tocar nesse assunto.
-  Assim está melhor. Agora me sirva o almoço.

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15 de dezembro
Quinta-feira

Durante todo o dia, Sara não viu Dr. Rômulo na mansão e nem Marilim. Elas passaram a maior parte do tempo na estufa cuidando das plantas, e quando o sol estava baixo ao cair da tarde, tomaram um banho de piscina. Depois, sentaram-se à beira para conversar. Sara agitava os pés dentro d’ água.

-  Tem um cigarro aí, Sara? – perguntou D. Emília
-  Paramos de fumar, esqueceu?
-  Tem razão. Podemos lanchar no bosque amanhã – sugeriu D. Emília.
-  Podemos.
-  Também podemos programar um M.P.C.I. para amanhã.
-  Podemos pousar nuas para uma revista masculina, o que acha? – perguntou Sara.
-  Eu não iria tão longe. Mas poderíamos nadar nuas, nunca fiz uma coisa dessas antes.
-  Em plena luz do dia? – perguntou Sara verdadeiramente assustada.
-  Não, à tardinha, antes de deixar a mansão. Não terá ninguém em casa.
-  Como sabe?
-  Intuição.
-  E os empregados?
-  Darei ordens para que não se aproximem, afinal ainda sou a dona dessa casa.
-  Se me garante que não vamos nos expor ao ridículo, então eu topo.
-  Temos tido dias felizes, não temos? – Perguntou D. Emília.
-  Eu daria nota dez a eles.
-  E quanto ao nosso jogo, que nota me daria como jogadora?
-  Acho que um sete.
-  Não acha que mereço mais?
-  Eu não estava falando sério. De qualquer maneira, ainda estamos no meio do jogo, minha avaliação pode mudar a qualquer momento.
-  Sabe que nota eu te daria? – perguntou D. Emília.
-  Quase não posso me aguentar de curiosidade.
-  Merece um nove.
-  Por que não um dez?
-  Por que não pode prever tudo.

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16 de dezembro
Sexta-feira

Sara ligou para o hotel onde Leo estava hospedado antes de sair de casa para a mansão e tiveram uma breve conversa. Combinaram que se falariam novamente no dia seguinte no mesmo horário. Ao chegar à mansão, a primeira pessoa que viu foi Dora, do lado de fora do portão. entrava no carro de um rapaz mal apessoado e de aparência assustadora. Tinha longos cabelos emaranhados, amarrados na nuca. Usava bigode pontiagudo e inúmeras tatuagens e adornos esquisitos pelo corpo.  Sara fez uma prece muda em favor dela; pediu aos céus que Nicole finalmente pudesse encontrá-la naquele dia.
                   
Dr. Rômulo e a mulher ainda estavam na casa, ela pode ouvi-los à mesa do dejejum quando passou pelo living a caminho do sótão. Talvez D. Emília tivesse intuído erroneamente, talvez ficassem por lá o dia todo. Não havia hábitos regulares naquela casa. Tudo era sistematicamente imprevisível.
Mas logo mais, quando elas desceram para lancharem no bosque, já haviam saído. Feliciano também passou por elas a caminho do portão guiando o carro de D. Emília, quando elas cruzavam o jardim.
                    
O dia correu tranqüilo e divertido com muitas brincadeiras e risadas. Passaram quase a tarde toda no bosque, e em dado momento, Sara descobriu um esquilo com a perna ferida entre as folhagens secas do chão. Parecia ter sido atacado por algum outro animal. Elas trataram dos ferimentos e com um pequeno graveto improvisaram uma tala para que ele pudesse se locomover. Depois, o soltou entre as árvores. O pequeno animal escalou descondensado por um galho até ganhar altura.

-  Talvez ele viva por mais um pouco – disse Sara.
-  Viverá enquanto uma de nós estiver lembrando dele – disse D. Emília.

Por volta da 5:30h da tarde, não havia ninguém circulando pelos jardins e conforme o combinado, elas se despiram completamente e caíram na piscina. A água estava morna, convidativa; Sara abraçou-a pela cintura e nadaram em dupla. Incontáveis vezes mergulharam e voltaram à tona. A sensação de liberdade lhes era indescritível. O Semblante de D. Emília parecia querer explodir de tanta felicidade, e Sara sentiu-se vitoriosa como nunca. Agora não havia mais dúvidas que tinha conseguido: D. Emília amava a vida!
                   
Sara deixou D. Emília segura numa borda e se afastou a nado até outra extremidade da piscina:
                                        
-  Quer saber uma coisa? – perguntou ela de lá – Acaba de ganhar o seu dez!

Num repente, D. Emília jogou o corpo num mergulho, e antes mesmo que Sara pudesse mover-se, viu-a nadando com os braços em direção a ela. Deslizava seu corpo alvo e esguio à flor da água. Cortava o líquido cristalino com graça e desenvoltura. A água mal se mexia; apenas o suficiente para lhe dar passagem. O abrir e fechar de braçadas vigorosas a levou em segundos onde Sara estava.
                   
Não foram capazes de dizerem uma só palavra; apenas abraçaram-se. E Sara viu pela primeira vez, o choro de D. Emília.
                   
Elas tomaram banho de chuveiro e jantaram juntas naquela noite. Sara acomodou D. Emília na cama e começou a se preparar para sair. Colocou a bandeja do lado de fora sem conferir os talheres, e voltou para apanhar a cadeira. D. Emília observava-a ainda com aquele esplendor de felicidade no rosto.

-  Está feliz, não está? – perguntou Sara.
-  Não estou só feliz, estou me sentindo realizada. Afinal, consegui tudo que planejei.
-   
  Não me contou que tinha planos.
-  Estou falando do M.P.C.I.
-  Bem que eu desconfiei que tivesse arrumado um jeito de afastar todos daqui. Mas valeu à pena.
-  Sempre valerá à pena quando aprendemos a ouvir o coração.
-  Pode não acreditar, mas minha mãe me disse exatamente isso certa vez... É estranho, mas só agora eu sei o que ela realmente queria me dizer.
-  Você teve sorte em ter a mãe que teve, Sara.
-  Mas que viveu tão pouco...
-  O suficiente para transformá-la numa grande mulher.

Sara retirou a cadeira e trancou-a no quarto ao lado. Só então, voltou para apanhar sua bolsa e despedir-se de D. Emília:

-  Descanse – disse ela – Tenho uma intuição que amanhã será um lindo dia!
Certamente um dia especial.

Sara deixou a mansão e dirigiu-se diretamente para a clínica, mas não havia muito que fazer por lá. Os preparativos para a festa já estavam todos prontos, exceto a placa de bronze que ainda seria fixada à entrada da clínica no dia seguinte, onde aconteceriam as primeiras homenagens. Plínio levou Sara até a sala de cinema e exibiu-a orgulhoso. Havia flores frescas espalhadas por toda parte, em grandes vasos e corbelhas. Um palco fora montado ao fundo, onde os pacientes, médicos e enfermeiros apresentariam uma peça teatral. Dois imensos anjos construídos com flores brancas, estavam postos, um a cada lado do palco.

-  Está uma beleza! – exclamou Sara.
-  Claudine escolheu e mandou as flores e nós fizemos os arranjos – disse ele –  Depois que D. Emília cortar a fita de inauguração na entrada, descobriremos a placa e um dos médico proferirá um discurso que eu mesmo escrevi, e depois seguiremos para cá.
-  O que pretende fazer com os pacientes que estiverem no soro?
-  Felizmente só temos três que não estão em tão boas condições, mas virão assim mesmo, em cadeiras de rodas.
-  E a peça teatral, será um tema Natalino?
-  Não. Optei por contar a história de três amigos inseparáveis, que um dia, sob um céu estrelado, juraram que seriam “um por todos e todos por um”.
-  Vai contar a eles nossa história? – perguntou emocionada.
-  E o que mais eu teria para contar?
-  Irão gostar de ouvir, tenho certeza. 
-  Você também irá gostar – afirmou ele – Haverá momentos engraçados, e outros de fortes emoções. Cuide para não esquecer o lenço em casa.
-  Se conseguir me fazer chorar merecerá um Oscar!

Em seguida, seguiram para o gabinete de Plínio.

-  Já contou a ela sobre a festa? – perguntou Plínio.
-  Não, estava esperando o sinal verde.
-  Deve contar já, então. Porque não liga para ela e marca um horário para ir apanhá-la amanhã?
-  Tem razão. Farei isso já, antes que fique em cima da hora. Ela diz que não, mas é vaidosa, gosta de pensar com antecedência o que irá vestir, como arrumar os cabelos e tudo o mais.

Sara tentou ligação por várias vezes e só dava sinal de ocupado. 

-  Ela deve ter tirado o fone do gancho – Concluiu – Sempre faz isso quando não quer ser incomodada.

Ela consultou seu relógio de pulso: 20: 52 h.

-  Eu vou até lá – decidiu – Não é tão tarde, chegarei á tempo de pegá-la acordada assistindo T.V.


Um comentário:

  1. Oi Bia! Passando pra colocar a leitura em dia! Está a cada dia mais interessante! Estou muito curiosa e ansiosa pelo próximo capítulo...

    Ótima semana pra você! Bjusss

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Obrigada pela leitura e pelo comentário.
Digam-me com sinceridade se estão gostando, ou não do romance. Críticas serão sempre muito bem vindas.

A todos dedico o meu carinho!
Bia Franco