quarta-feira

CAPÍTULO VII

"É Preciso Ver Os Anjos"



Ingrid acordou com o sol alto batendo em seu rosto. Tenho que levantar e fazer o café... Não posso me atrasar... Tentou se mexer e sentiu o corpo doído. Piscou uma, duas, três vezes e então se lembrou. Sentou-se num sobressalto ignorando a dor. Eu pulei... Eu consegui!
Pôs-se a olhar à sua volta a procura do homem do caminhão; estava sozinha no meio da mata. Seu vestido novo, todo rasgado; os joelhos sangrando e os pés descalços. Sentiu que sua mão direita estava pegajosa e olhou para ela. O que viu arrancou-lhe um grito de horror! Um globo ocular estava grudado entre seus dedos. A reação foi de quem acabara de levar um choque de alta tensão: tinha urgência de se livrar daquilo. Ela esfregou, esfregou, esfregou freneticamente a mão na relva áspera, ferindo, dilacerando... E então, chorou. Chorou até a exaustão.
Estava ofegante. Não sabia quanto tempo tinha ficado ali no chão, chorando. Preciso me limpar... Tenho que sair daqui... Ela tirou sua anágua e rasgou-a ao meio: com uma das partes, se limpou e com a outra, fez ataduras para os joelhos. Agora tinha que se por de pé e tentar caminhar. Meus sapatos... Onde estão os meus sapatos?... Procurou entre a relva e achou um, depois o outro. A bolsa com seus documentos tinham ficado no caminhão. Malditos! Malditos sejam todos os homens!... Os anéis!... – lembrou-se de repente – Tem que estar aqui!... Verificou o bolso e respirou aliviada.

Procurava caminho na mata para alcançar a estrada quando ouviu vozes vindas de mais abaixo e se escondeu. “O socorro pode demorar horas” - dizia a voz – “A perna dele esta presa...” “Acho que não vai resistir.” Ingrid saiu em disparada no morro acima; agachada por entre os arbustos, chegou à estrada. Pensou na bolsa com seus documentos, lá embaixo, no caminhão e pôs-se a correr. Não sabia a que distância estava de casa, mas haveria de chegar. Somente notou o vestido todo aberto no peito, quando um motorista que conduzia um automóvel gritou qualquer coisa quando passou por ela. Pegou, então, o alfinete que prendia a meia em seu bolso, e com ele, fechou o rasgão do vestido. Sabia que estava chamando a atenção: era uma mulher sozinha, correndo na beira da estrada. E ainda por cima, estava suja, rasgada e despenteada. Os motoristas diminuíam a velocidade, passavam o mais próximo possível a ela; gritavam coisas, mexiam com ela e tentavam tocá-la. No entanto, ela estava estranhamente indiferente a tudo isso. Alguma coisa bem perto da inconsciência havia se apoderado dela. Parecia que seu espírito adquirira vida própria, e estava longe, muito longe dali: e seu corpo, esse, só queria chegar.
Correu por uns calculados vinte minutos, quando ao fim de uma curva, avistou um ônibus parado com a frente voltada para ela. Os passageiros estavam descendo pela porta traseira. É um ônibus quebrado – pensou diminuindo o ritmo. Num repente, saiu da estrada e voltou à mata. Continuou andando abrindo caminho por entre a vegetação; afastava silenciosamente um galho e outro de árvore até aproximar-se bem junto às pessoas. Agachou-se, e se pôs a espreitar o que estava acontecendo.
O ônibus estava a caminho de São Martinho, e tivera problemas no motor. Teria que ser rebocado e os passageiros não tinham outra escolha, a não ser, esperar, no sol escaldante do meio-dia, o próximo que só passaria por volta das treze horas. Atenta a todos os movimentos, ela viu quando o ônibus finalmente chegou, quase duas horas depois. Os passageiros apressaram-se em formar uma fila e subir pela porta dianteira. Ingrid estava nela.

Na rodoviária, quando desembarcou em São Martinho, procurou pelo sanitário público para se lavar. Lavou demoradamente as mãos inchadas e vermelhas, depois o rosto, e por fim os ferimentos dos joelhos. Ajeitou os cabelos e depois saiu pela cidade. Tenho que andar rápida... Daqui a pouco o comércio vai fechar.
“JOALHERIA NOVA ALIANÇA” – dizia a placa no alto da loja. Ingrid entrou e se dirigiu ao homem por traz do balcão: um homem magro, não tão velho, mas de cabelos e bigode grisalhos. Usava óculos com aro de metal dourado.

- Boa tarde – cumprimentou, ela
- O que deseja? – perguntou o homem
- O senhor é o proprietário?
- Sim, sou eu.
- Tenho esses anéis para vender – disse Ingrid, tirando as jóias do bolso e colocando-as em cima do balcão.

O homem apanhou os anéis, examinou-os sob uma lupa, minuciosamente. Não havia dúvida nenhuma de que eram jóias preciosas e valiam um bom dinheiro. Ele nunca tinha visto nada igual. As esmeraldas eram idênticas e perfeitas, e ele, como bom joalheiro que era, sabia que isso era quase impossível de se ver. Ele sabia de pelo menos uma dúzia de mulheres na cidade que ficariam enlouquecidas por elas. Só tinha que tomar o cuidado de oferecer uma peça de cada vez num espaço de tempo. Se fosse o caso, levaria uma das peças para vender na capital.
Ele desviou um olho para melhor examinar a mulher à sua frente, mas, não mais do que um ou dois segundos. Tinha que ser cauteloso, não podia demonstrar seu interesse, ou, a mulher acabaria desconfiando do real valor das jóias; coisa que certamente ela não sabia. Uma mulher com aquele aspecto...

- Parecem autênticas – disse casualmente – Onde as conseguiu?
- Eu e minha irmã ganhamos de presente de nossa mãe quando ainda estávamos na Hungria – respondeu ela, com uma ponta de nostalgia na voz.
- É mesmo? – perguntou o homem, sem a menor preocupação em disfarçar sua desconfiança – Tem certeza de que não são roubadas?

Ingrid enrubesceu de raiva. O primeiro impulso, foi esbofeteá-lo, depois se conteve. Avaliou que não valeria à pena aceitar o insulto. Usaria a cabeça, não as mãos.

- Não sou ladra – disse entre dentes – Os anéis me pertencem e não tenho que vendê-los ao senhor. Deve ter dúzias de pessoas nessa cidade que adorariam adquirir duas jóias belíssimas como essas.

Dizendo isso, apanhou os anéis e virou-se em direção à porta.

- Espere! – chamou o homem – Posso lhe fazer uma oferta... Sem compromisso, naturalmente.

Ele rabiscou num pedaço de papel e apresentou a ela:

- Isto é o que eu posso pagar por eles, uma vez que não tem procedência...
- Espera aí!... O que quer dizer com “não tem procedência”? – retrucou, ela – Acabei de dizer que foram presentes de minha mãe na Hungria... Além do mais, por esse valor não vendeira nem mesmo um dos anéis, quanto mais os dois!... Sou pobre, mas não sou ignorante. Sei bem quanto valem. Quero no mínimo o triplo!

Dizendo isso, fez menção de sair novamente. Já havia notado o interesse do homem pelas jóias.

- Está bem. – rendeu-se, por fim – Pagarei o que está pedindo. Mas somente porque são estrangeiras... Só por isso – acrescentou.

Ingrid deixou a loja radiante. Na verdade, tinha conseguido muito mais pelos anéis, do que esperava. Faria uma compra maior do que a planejada e ainda sobraria para uma pequena reserva. Talvez o preconceito deixa as pessoas meio burras.

Passava das dezoito horas e o comércio preparava-se para fechar as portas. Teve de ser ligeira para comprar um novo vestido e trocar no próprio trocador da loja. O “velho”, ela jogou no lixo. O próximo passo seria procurar uma igreja para passar a noite.
Ingrid cogitara a possibilidade de procurar um hotel, mas isso significaria alguns metros a menos de tecido, e na igreja estaria segura; afinal, era apenas uma noite. Enquanto andava pelas ruas, pensou em Sara e Agnes: avaliava o quanto elas ficariam preocupadas. Amanhã, bem cedo, comprarei os tecidos e voltarei o mais rápido possível.

A igreja ficava próxima à praça central da cidade. Era graciosa, aconchegante e de muita simplicidade. Ingrid escolheu um banco e acomodou-se. Pessoas entravam, faziam suas preces, saíam e ela continuava ali. Os minutos, as horas pareciam se arrastar lentamente, até que se viu completamente sozinha. Desembrulhou o lanche que comprara e comeu vagarosamente. Depois levantou os olhos para olhar o enorme cristo crucificado acima do altar.
Ingrid cria em Deus. É bem verdade, que era um tanto relutante à quanto freqüentar a igreja assiduamente. Talvez, pela imposição do pai que as obrigavam a todos os compromissos religiosos. Mas isto não significava, de maneira nenhuma, que não tivesse fé. Uma fé peculiar, com preceitos próprios, mas nem por isso, menos intensos.
Ela serrou os olhos e orou:

“Deus do universo!... Criador de todas as coisas!... Não permita nunca que eu perca as esperanças e me entregue ao acaso do destino.
Não permita que eu me ponha à mercê do desengano e desista de sonhar.
Dá-me paz... Dá-me brandura de coração... Dá-me perseverança para lutar.E sabedoria para discernir... Amem! “


- Moça! Moça! – chamava a voz – Está tudo bem?

Ingrid estava em Pílsen. A água fria da cachoeira caía pesadamente em sua cabeça produzindo um som acústico. Ela estava adorando esta sensação.

- Sim, a água está maravilhosa!...
- Moça... Tem que acordar... Preciso fechar a igreja – insistia a voz.

Igreja” – A palavra a fez acordar. Num segundo se colocou em pé, visivelmente envergonhada:

- Oh! Padre, me perdoe... Estava aqui rezando e... Acho que peguei no sono...
- Não tem importância. Está se sentindo bem?
- Sim, estou... Obrigada. Eu... só pensei que talvez eu pudesse ficar...
- Não tem onde passar a noite? – perguntou o padre, adivinhando suas intenções.
- Na verdade, não se trata disto, padre. Poderia pagar um hotel... Mas se o senhor não se importar, gostaria de passar a noite aqui... Isto é, se não haver nenhum...
- Está com algum problema? – interrompeu ele, gentilmente – Quer se confessar, filha...
- Não, nenhum problema... Só queria descansar um pouco até amanhã e depois vou embora.
- Não conseguirá dormir nesse banco, é desconfortável – argumentou ele.
- Eu me arranjo.
- Venha comigo – disse ele depois de um momento de reflexão – Tenho uma opção melhor. Há uma cama extra na casa paroquial, ficará melhor acomodada.

Ingrid sentiu um desconforto, um principio de pânico, imediatamente. Deus do céu, o que estou pensando!... Do que estou com medo?... Ele é um padre!
No entanto não pode deixar de reparar na beleza exuberante daquele jovem padre: alto, forte, moreno claro e olhos negros. Cabelos fartos e ligeiramente ondulados, lábios rosados e tão bem delineados como se tivessem sido desenhados com minúcia e capricho; dentes alinhados e perfeitos, uma voz grave e ao mesmo tempo aveludada. Ela se perguntou o que levaria um homem, que poderia facilmente ter dezenas de mulheres apaixonadas a seus pés, a optar pela carreira religiosa. Era a “obra-prima de Deus para Deus.” Riu no íntimo de sua própria definição.

O padre indicou o caminho através da sacristia até a pequena casa nos fundos da Igreja. Composta de quarto e sala bem pequenos e uma cozinha um pouco maior, a casa parecia montada para algum tipo de exposição, tão bem arrumada estava. Mesclando modéstia e bom gosto, nada ali deixava pistas que se tratava de um homem morando sozinho. Sem falar do cheiro doce e agreste de jasmim a invadir-lhe as narinas, tão logo ele abriu a porta.
A “cama extra” ficava no único quarto, ao lado da dele. Ele preparou a cama para ela e saiu. Minutos depois estava de volta com uma bandeja contendo um sanduíche de frios, um copo de leite e duas bananas fatiadas com aveia e mel.
Colocou na mesinha de cabeceira e disse:

- Coma isso antes de dormir. Vai lhe fazer bem.
- Obrigada padre, mas na verdade eu já lanchei...
- De qualquer forma vou deixar aqui. Pode ascender o abajur se sentir fome durante a madrugada. Ficarei no sofá. Se precisar de alguma coisa, é só me chamar...
- Não, por favor, padre!... Odiaria desacomodá-lo. E depois, aquele sofá é tão pequeno... Não me importo em dividir o quarto com o senhor – Mal pôde acreditar nas próprias palavras!

Ingrid deitou-se como estava vestida e cobriu-se até a altura dos ombros. Ele vestiu o seu pijama no banheiro, e de volta ao quarto, ajoelhou-se ao lado de sua cama e fez uma longa oração. Depois se deitou e apagou o abajur.

- Boa noite... Ainda não sei o seu nome.
- Ingrid.
- Boa noite, Ingrid... Eu sou Frei Henrique.
- Boa noite, Frei Henrique.

Ingrid refletia na escuridão sobre a ironia dos últimos acontecimentos. Naquela mesma tarde, ela havia amaldiçoado todos os homens sobre a face da terra e agora estava dividindo o mesmo quarto com um. Se bem, que na sua concepção, ele não era pura e simplesmente um homem. Era um homem-padre. E no seu íntimo, até lamentou o fato. Não por ela, é claro, mas pelas dezenas de mulheres. Ele era gentil, generoso e... atraente! Sempre achou que o homem perfeito não existia. Agora eu sei que ele existe... e é padre.

Ingrid acordou com o barulho da cozinha. Sentiu-se constrangida por não ter acordado antes dele. Correu para o banheiro e se arrumou o mais depressa que pôde. Olhou para seu vestido, dava a impressão de ter acabado de sair de um ovo, tão amarrotado, estava. Alisou com as mãos, puxou daqui e dali e saiu.
Frei Henrique estava de costas, atarefado com os preparativos do dejejum.

- Bom dia... – disse ela timidamente.
- Oh! Bom dia! – respondeu ele jovialmente, virando-se – Dormiu bem?
- Sim, muito bem, obrigada.
- O café fica pronto em segundos – informou ele.

Ela reparou na mesa posta para o café. Havia tanto capricho! Nem mesmo uma mulher teria feito melhor. Tinham dois lugares na mesa.

- Eu já o incomodei demais, agora tenho que ir...
- Sem provar do meu café? De jeito nenhum! – protestou ele.
- Não há ninguém que faça essas tarefas para senhor? – Quis saber ela.
- Imagine só se eu deixaria alguém fazer por mim. Tenho muito prazer em fazer isso – afirmou ele – Não entendo por que um homem não pode fazer tarefas que são atribuídas unicamente às mulheres. Eu faço e me saio muito bem.
- Estou vendo que sim... Está tudo tão... perfeito.

Eles sentaram à mesa, Frei Henrique serviu o café e fatiou as frutas para ela.

- De onde você é Ingrid?
- De Redentor das Pedras.
- Estava perguntando da sua nacionalidade.
- Ah, sim, sou de Pilsen, na Hungria.
- Hungria!... Um belo país.
- Conhece a Hungria? – perguntou sorridente.
- Sim, e muitos outros países da Europa, também – disse passando geleias nas torradas.
- Mas, não é estrangeiro, ou é? Não possui nenhum sotaque.
- Não, não sou – respondeu ele – Fiz seminário em Roma, e nessa época, visitei muitos países da Europa, inclusive a Hungria. Depois fui morar em um mosteiro ao norte da Itália por algum tempo... Mas a saudade é péssima companheira e eu voltei. Vim parar aqui: na “curva da esfera”
“Risos”

O café estava delicioso. Ao final Ingrid lavou a louça, ele enxugou e guardou. Conversaram animadamente como velhos amigos. Ela lhe falou da filha, de Agnes e seus conflitos no convento. Da vida dura em Redentor das Pedras e de seus projetos de trabalho. Ele, da família numerosa que possuía, da infância abastada na fazenda e da vocação para o sacerdócio:

- A vocação é um desejo que aflora espontâneo, Ingrid, e você arrisca tudo por ela – dizia ele – Nem sempre foi perfeito, é verdade. Houve momentos de intensos temores súbitos de incertezas... Certa vez, pensei em deixar tudo, encontrar uma boa moça, casar-me e constituir família. Aí descobri que não seria feliz. Abdicar de uma vocação em prol de um desejo puramente humano de se enquadrar dentro de um sistema, não me levaria a lugar algum. Seria uma insensatez.
- E é feliz agora? – arriscou ela.
- Sim, muito – afirmou ele – Descobri que temos que traçar uma trajetória para nossas vidas e esquecer as demais... Podemos encontrar a felicidade em qualquer que seja o caminho que escolhermos desde que façamos com o coração e nos entregarmos por inteiro: de corpo, alma e mente... Se é que você me entende.
- Sim, eu entendo – disse ela – Entendo perfeitamente o que quer dizer.

Enquanto ele falava, Ingrid permanecia como se estivesse hipnotizada. Ele era inteligente, culto e sensível; reunia todas as qualidades em uma só pessoa. Era a primeira vez, em muitos anos, que se punha tão à vontade, sem nenhuma reserva, na presença de um homem. Isso se dava ao fato dele ser padre e não se sentia ameaçada - só pode ser isso - pensava. Não queria admitir que se sentia atraída por ele, mas de fato, estava. Se estava atraída pelo homem ou pelo ser humano maravilhoso que ele representava, iria descobrir mais tarde. Por enquanto, de uma coisa ela tinha absoluta certeza: a certeza de que ele faria parte de sua vida para sempre; mesmo que nunca mais voltasse a vê-lo.

Ingrid tomou um susto ao consultar o relógio:

- Não posso acreditar! É quase meio-dia!... Esqueci-me completamente que tenho tanto a fazer...
- A culpa foi minha – assumiu ele – Fiquei aqui falando, falando...
- Oh! Não, Frei, de maneira nenhuma!... Eu adorei conversar com o senhor – disse com sinceridade – Vai rezar para que eu tenha êxito?
- Farei mais do que isso – prometeu – Farei um apelo aos lojistas locais para que comprem suas confecções. E vou rezar, também, é claro! – acrescentou sorridente.
- Adeus Frei – despediu-se ela oferecendo a mão – Nunca poderei retribuir o que fez por mim.
- Pode sim, vença! E não se esqueça: Ponha o coração em tudo que fizer.
- Farei isso. – prometeu – Desculpe-me por ter tomado tanto do seu tempo.
- Foi bom ter com quem conversar... Sinto-me só, às vezes.

Havia melancolia naquelas palavras?

- Eu também.
- Se algum dia estiver na cidade aos domingos, venha à missa. Tenho feito um trabalho e tanto por aqui – disse com um meio sorriso.
- Eu aposto que sim... Adeus.
- Até breve.


Ingrid estava no ônibus a caminho de casa; ao seu lado, um grande pacote embrulhado em papel pardo amarrado com barbante. Dentro, havia tecidos de vários padrões e texturas. Em cima deste, outro pacote menor com linhas, colchetes, botões e todos os tipos de aviamentos. Na noite anterior, ela havia pedido a Deus em oração por brandura de coração e era exatamente assim que se sentia: com o coração brando.
Decidiu que não contaria nada à Agnes sobre o ocorrido na viagem. Inventaria uma desculpa para os machucados e para o atraso. Não direi nada sobre o anjo maldito... e nem sobre o anjo bendito. Seria mais um segredo, dentre tantos outros, que morreria com ela.

7 comentários:

  1. Ojalá muchos de nosotr@s pudieran leerte y tener un tiempo de reflexión..Gracias por compartir.Con cariño Victoria

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  2. Olá Bia!

    Acabei de verificar que esteve no meu Blog "Contos e Lendas".
    Obrigada pela sua visita.
    Voltarei mais tarde para ler este seu texto, prometo.

    Bjs.

    Na Casa do Rau

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  3. "Tenta te orientar pelo calendário das flores, esquece, por um momento os números,
    a semana, o dia do teu nascimento. Se conseguires ser leve, aproveita, enche tuas malas de sonho e toma carona no vento."


    - Fernando Campanella -

    Te desejo amor e paz...Beijos M@ria

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  4. Que idéia interessante a sua. Vou começar a ler desde o começo e acompanhar, poruqe é muito bom realmente. Parabéns e até o próximo post.
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    Aguardo sua visita. ( tthebblog.blogspot.com )

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  5. A cada dia mais fascinada pelo romance e curiosa pelos próximos capítulos... Excelente escritora! parabéns!!!

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  6. Tenho lido o seu livro, e estou adorando.
    Neste capitulo não fiz que me perguntar: E a bolsa? E a bolsa? Porque ela não falou para o padre o que tinha acontecido?Eu estou achando que esta bolsa perdida vai ser problema, sera?

    Gostei demais desta lição que o padre deu para ela. Eu pessoalmente tenho mania de ser assim, sou muito perseverante e quando coloco uma coisa na cabeça quero realizar e desejo encontrar conquistas em um futuro. E agora escrevendo o meu livro só penso em um dia poder fazer com que ele se torne um livro de verdade, rsrsrs
    "Descobri que temos que traçar uma trajetória para nossas vidas e esquecer as demais... Podemos encontrar a felicidade em qualquer que seja o caminho que escolhermos desde que façamos com o coração e nos entregarmos por inteiro: de corpo, alma e mente..."

    Que bom que estou lendo!

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  7. Ola Bia,
    vim aqui te responder... Sabia que entrar no seu blog para mim é um segundo?
    Eu assinei o feed e tenho ele aqui visível para quando quiser clicar, mas como te falei um dia desses eu sempre adiava. Agora estando de ferias consegui tanto escrever quanto ler, rsrs
    Sabia que esta bolsa seria problema, rsrs

    Outra coisa curiosa que perguntei desde que estou lendo é: Sera que ela conheceu toda esta região, ou sera que ela pesquisou ou são cidades inventadas que você vê do seu modo e consegue descrever tao bem?
    Nossa eu vi a estrada, o convento, e imaginar a casa de Ingrid você não tem ideia do que eu com a sua descrição.

    Eu quero escrever um livro de mistério... Eu estou lendo demais paginas de jornais de pessoas que morreram e até hoje não conseguem descobrir a verdade, kkkkkkk houve uma morte horrivel aqui em novembro e outra logo em seguida, e nenhum dos dois conseguiram descobrir.

    Depois me perguntei também como é que ela vai descrever Hungria? kkkkk Eu sou assim muito curiosa mas só quando uma coisa me interessa muito e saber sobre uma escritora, como são suas ações ao escrever me encanta, porque eu amo escrever.
    Estas perguntas que me vem na cabeça é porque se você tiver de descrever Hungria, ou você já visitou, ou alguém da sua família viveu, ou você terá de pesquisar muito, rsrs
    La no inicio eu adorei a descrição detalhada que você faz da delegacia, muito bom! Pode ter certeza que a gente entra na sua estoria e vira cada personagem.
    Eu sempre sou um deles quando vou narrar. Acho que nunca escrevi assim como você que narra mas não faz parte da estoria. Eu gosto de estar la,rsrsrs

    E agora mudando de assunto, falando do meu livro, antes eu estava usando letra de tamanho maior, mas depois de um certo tempo senti necessidade de mudar por alguns motivos e depois que mudei eu gostei muito. Agora reparando nos duas temos a mesma cor de fundo para o post.
    Eu tenho paginas atras que usei outra letra e gostei mas estou resolvi padronizar, e escolhi Times tamanho normal. Quando eu deixo sem clicar em normal, ai sim ela aumenta eu vou pensar aqui se mudo, rsrs O próximo eu vou escrever sem clicar no normal. Meu problema é gostar da cor preta, rsrs mas vou te dar atenção e no próximo eu vou usar um cinza mais claro.
    O meu livro esta chegando ao fim, pois decidi desde o inicio em criar 29 a 30 capítulos.

    Hoje eu vou ler mais, não estou com vontade de escrever hoje. Tenho um capitulo para criar e ainda não comecei. Acordei com muitas ideias e tomei nota.

    Que bom poder falar com você, pois nunca falei com pessoas que querem o mesmo que eu. Quando você animar em ler o meu livro, vai poder ver como é diferente e muitas vezes eu uso a comedia, tem uma morte também. Foi falada no meio da historia e agora esta sendo revelada. Tem muita emoção e os homens que estão lendo ficam bravos porque eu fiz o namorado ser chifrado, kkkkkk

    Resolvi colocar rimas nos títulos, porque quis criar uma mistura neste livro, pois o titulo diz isto. Aventura de louco... Todo Mundo quer um Pouco!

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Obrigada pela leitura e pelo comentário.
Digam-me com sinceridade se estão gostando, ou não do romance. Críticas serão sempre muito bem vindas.

A todos dedico o meu carinho!
Bia Franco